Lembranças
Revisitar nossa história, pessoal ou coletiva, deve ser sempre motivo de alegria porque uma graça nos foi dada, passamos para o outro lado e hoje estamos aqui.
ARTIGO
José de Oliveira da Silva
9/29/20254 min read
Passados muitos anos depois, nos encontramos pelas redes sociais, percebi que estão felizes e carregando no coração a ternura do tempo da juventude. Tinham dois filhos, que carregavam aqueles belos e marcantes traços inconfundíveis.
Com recordação do passado, nos abraçamos, porque, sorrimos, pois, tudo era novo, tal foi nossa alegria, porque nos foi dado a oportunidade de mais um momento, não mais um dia, mas um momento de reencontro ou de encontro, pois vivemos um dia de cada vez, e uma única vez.
Que felicidade, aí nos lembramos do tapete que também percorreu longo caminho.
Tudo passa, o tempo se encarrega de produzir mudanças naturais, quer queiramos, ou não, mas também possibilita novos momentos de alegria e de felicidades, com ou sem a nossa permissão, simplesmente faz acontecer.
Mas, como sabemos e assim nossos pais nos ensinaram, tudo passa, só Ele é o Eterno, o amor que faz tudo porque quer ser amado.
Só Ele permanece cuidando com carinho de tudo que criou, para nós e para Ele, pois tudo é dEle.
Pegamos o velho tapete e com ele nos braços, num longo abraço acompanhado de agradecimento pelo dom que nos foi dado de nos encontrar e nos reconhecer naquela pequena, mas profunda marca, e como caminhantes que somos, assim como o tapete desejamos cumprir nossa missão até que o Eterno nos recolha ao colo da mãe terra.
Pois, por graça e misericórdia fomos lavados nas águas que jorram do eterno e para ele retorna trazendo o que encontramos pelos caminhos.
Meu tapete é parte do que encontrei, ganhei e encontrei pelos caminhos por onde andei.
Os amigos que o tempo se encarrega de cultivá-los nos caminhos da história, os faz tão feliz e sinaliza que a felicidade total está no encontro com o eterno, Senhor da vida.
Assim, vamos caminhando, construindo nossa história, construindo e desconstruindo, mas em tudo deixamos a nossa marca e outros farão a leitura; e que leitura?
Fazendo memória dos anos 80, dois amigos se lembraram de quando chegaram a uma pequena cidade de Goiás vindo de Minas Gerais, cada um lembrava de um fato e de como tinha vivido aquele acontecimento; dava gosto ouvir aqueles dois amigos conversando.
A certa altura da conversa, um deles disse: você fez uma grande plantação de milho, teve uma boa colheita, vendeu tudo e voltou a Minas para buscar a Maria sua namorada. Eu não tive a mesma sorte, parece que tudo deu errado.
Então o Senhor Ângelo, disse ao amigo: você também fez muitas coisas e aproveitou bem a vida e andou por caminhos diferentes. E tem boas lembranças.
É verdade disse o amigo: Nestes 40 anos viajamos para o exterior e construímos nossas famílias e moradia. Para quem chegou aqui e não tinha um palmo de terra para morar, caminhamos muitos, não temos do que nos lamentar.
As lembranças que você cultiva na memória te fazem viver com mais qualidade de vida ou te tira a paz do coração?
Quando me recordo do casal Jack Li e Medina e do meu velho tapete, me sinto feliz e reconheço o quanto bem me fizeram.
Quando olho para meu tapete tecido com tanto carinho, percebo que ele foi tecido com vários fios e que olhando com lente de aumento há nele pontos diferentes e vejo que, mesmo assim, e apesar dos tempos já percorridos, ele ainda conserva seu objetivo, e faz a diferença no espaço onde se encontra.
Revisitar nossa história, pessoal ou coletiva, deve ser sempre motivo de alegria porque uma graça nos foi dada, passamos para o outro lado e hoje estamos aqui. E porque estamos aqui podemos compartilhar nossas alegrias e esperanças.
Que lembranças você carrega consigo e, ao olhar de frente para estas lembranças que sentimento você tem?
É verdade que revisitar o passado podemos nos deparar com experiências que não foram tão agradáveis, mas devemos agradecer aqueles e aquelas que nos ajudaram a atravessar aqueles momentos para chegar onde estamos.
Um dia um Jovem chegou perto de um senhor chamado Aniso e perguntou: que dia o senhor nasceu?
Aquele senhor, deu uma olhada para os lados, e disse: “não me lembro, porém lembro que um dia minha mãe fez uma festa e disse que estava comemorando meu aniversário e que eu tinha nascido no dia 20 de junho de 1945. Eu não me lembro do dia em que nasci, mas lembro daquela bonita festa e, daquele dia em diante, passei a comemorar meu aniversário e isto todos os anos me traz grandes alegrias.”
Aquele jovem ficou muito feliz com a resposta e no ano seguinte foi celebrar o dom da vida com o senhor Anísio.
Por: Pe. José de Oliveira da Silva


Lembranças...
Pela manhã acordei pensando no primeiro tapete que ganhei, tão bonito, tecido com tanto carinho, verdadeira obra de arte.
Passados muito tempo, olhei para ele estava velho e sujo, pisado e desgastado.
Enquanto pensava buscando explicação, me veio a imagem do casal, Jack Li e Medina, dois jovens cheio de beleza, de uma educação que causava admiração, olhos e cabelos que chamavam atenção de muitos, e mais, eram inteligentes, gostavam de estudar, amavam o conhecimento.
